Joao Timane por Eduardo Quive.

Desde Makazako, seu exímio mestre, à Jackson Pollock sua nova experimentação, João Timane vai escrevendo nas suas telas a história contemporânea de Moçambique e do mundo com cores diversas, sempre tendendo chegar à claridade.
João Timane junta o facto de África ser um continente tricolor e o Berço da Humanidade, para justificar as suas cores e imagens. Há um subconsciente exclusivamente assente nas suas obras. O azul e o laranja sufocam o vermelho que já foi sangue, e o preto que já foi o sabor das trevas. Talvez porque pinta ou aos sons de Ali Faque, voz limpa e serena, ou porque trança os cabelos femininos como no sabor melancólico de “as tuas tranças” de José Mucavele. Uma conjugação de todo modo não convincente para a mulher que persiste mostrar-se com rosto velado no rico trabalho do pintor.
Ele mesmo não entende porque vem, esta mulher, aos seus quadros, que levam milénios de noites para se aprontar. Quem é ou quem são essas mulher? Persiste a pergunta e, no ar, sem resposta. É o amor, a dor, o silêncio, o movimento, os passos e a viagem. Definitivamente, o cordão umbilical não se desfez com esses seres que dão sangue à Humanidade.


É essa Humanidade que tem as obras de João Timane, quando um beijo significa mais que um beijo; quando um abraço significa mais que um abraço; quando um paço de dança é mais que a combinação dos dois; quando a melodia é mais que música. Tudo faz sentido nas suas pinturas, porque tudo, são reentrâncias dos nossos afectos. João pinta a alma e as suas vozes, por isso, as suas mãos sabem a atemporal e à infinitude da natureza das coisas.  Eduardo Quive.






















joão Timane

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Esta excelente, parabéns.

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