sábado, 4 de junho de 2016

NA ARTE DO TIMANE O AMOR GANHA VIDA





Na Pintura Timaneana o amor ganha vida e enriquece a alma dos seus visitantes fidedignos.
E porque pinto com sentimentos cromáticos, os mesmos são reflectidos nas pinturas.
apresento estas duas pinturas que expressão  o amor sem medo e muita ousadia na forma de senti-lo. acompanhadas de poesia ficam ainda mais enriquecidas.


        EXPLODE CORAÇÃO

És a melodia
O teu abraço completa o meu bailar
Permanecemos colados
Como a folha seca no chão
Sem ar
Já não palpita o meu coração

Pintura de João Timane




Beijei-te no meu sonho
Vivi momentos marcantes
Não quero acordar
Nasceu o dia  e me faz esperar a noite
Visitaste
Num segundo o meu piscar de olhos
Apareces
Feito a única luz do túnel escuro
 Derramado e propagado em rios
Exilado
Está o meu coração
Sem noção 

pintura de João Timane

veja mais em: https://www.facebook.com/JoaoTimaneArt/

OBRIGADO.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

UMA ÁFRICA QUE SONHA

As cores da poesia desenhada.






Artistas de Moçambique 


Novamente a África mostra sua pujança. Agora, nas artes de gente jovem, como jovem é a soberania de Moçambique.
Liberta, a criatividade da arte desta juventude extremamente criativa, surge como que do nada, para encantar quem com ela se encontra.


Assim nos novos poetas. Novos, na idade. Talvez. Mas, maduros no enxergar a vida, no atirar esperança aos olhos de quem duvida, a esfregar, na cara dos céticos, a insensatez de sua desesperança."
Sou muito da África que sonha", escreveu Morgado Mbalate; pois também sou muito da África que sonha, posto que africano. Apenas, nascido no outro lado do Atlântico.
Morgado Mbalate


Será, Morgado, meu parente? Como africano da diáspora, é coisa que não sei.
Mas sei que, com certeza, Morgado está entre os malungos que tanto prezo; é meu irmão de pensamento, de dedicação às africanidades, que esperamos demonstrar em arte.


Assim também Cecília Dimande, Obedes Lobadias, Celina Sheila, Hirondina Joshua e tantos outros mais, irmãos desconhecidos. Mas que, ansioso, ainda espero conhecer.
Cecília Dimande

Obedes Lobadias


Celina Sheila


Hirondina Joshua


É este povo novo deste antigo Moçambique, meus irmãos mal conhecidos, que levam a crer que tem razão a filósofa Viviane Mosé, quando afirma que “as doenças são poemas que não foram escritos”. Posto que o poema é a essência da alma.
Alma que João Timane capta com maestria e sensibilidade, posto que transforma, em telas leves, mas portadoras de insuspeitada força, a alma dos poetas que escuta.
É sem dúvida que as telas de Timane contêm a juventude de Morgado, Hirondina, Celina. Mas, não perdem o lúdico de Mia Couto, nem a combatividade de Paulina Chizane e Craveirinha.
Timane, com seus traços ambíguos, interpenetrados, parece querer confirmar, em suas telas, a receptividade da alma africana a todos os que dela se aproximam. Mas, não perde a referência que, em contrapartida, a alma africana também não abandona quem por perto dela passa, posto que se torna amalgamada à essência destes aproximados, por incautos ou não.
É entre seus traços sinuosos, cores fortes que contrastam com amarelos desmaiados, sombras desenhadas de figuras que se perdem no fundo das telas como se perdidas no fundo do mundo, que se apresentam as inesperadas expressões de espanto e medo, mas de espanto em êxtase.

João Timane



Assim como Picasso, Timane – ou será Picasso, como Timane? – distorce e reconstrói, expressa e esconde, ambiguamente, como o faz a alma humana.
Também aqui, a expressão nem sempre expõe o sentimento. Mas, externamente, é com muita força que o sugere, expõe, representa.
Timane e Morgado. As cores e as letras.
Morgado e Timane: a poesia, enquadrada na força das cores.
Das cores da poesia desenhada.

Por : Ed Mulato







A JUVENTUDE DE ÁFRICA QUE SONHA


A JUVENTUDE DE ÁFRICA QUE SONHA

AS CORES DA POESIA DESENHADA
Por: Ed Mulato

Novamente a África mostra sua pujança. Agora, nas artes de gente jovem, como jovem é a soberania de Moçambique.
Liberta, a criatividade da arte desta juventude extremamente criativa, surge como que do nada, para encantar quem com ela se encontra.
Assim nos novos poetas. Novos, na idade. Talvez. Mas, maduros no enxergar a vida, no atirar esperança aos olhos de quem duvida, a esfregar, na cara dos céticos, a insensatez de sua desesperança.
“Sou muito da África que sonha”, escreveu Morgado Mbalate; pois também sou muito da África que sonha, posto que africano. Apenas, nascido no outro lado do Atlântico.
Será, Morgado, meu parente? Como africano da diáspora, é coisa que não sei.
Mas sei que, com certeza, Morgado está entre os malungos que tanto prezo; é meu irmão de pensamento, de dedicação às africanidades, que esperamos demonstrar em arte. Assim também Cecília Dimande, Obedes Lobadias, Celina Sheila, Hirundina Joshua e tantos outros mais, irmãos desconhecidos. Mas que, ansioso, ainda espero conhecer.
É este povo novo deste antigo Moçambique, meus irmãos mal conhecidos, que levam a crer que tem razão a filósofa Viviane Mosé, quando afirma que “as doenças são poemas que não foram escritos”. Posto que o poema é a essência da alma.
Alma que João Timane capta com maestria e sensibilidade, posto que transforma, em telas leves, mas portadoras de insuspeitada força, a alma dos poetas que escuta.
É sem dúvida que as telas de Timane contêm a juventude de Morgado, Hirundina, Celina. Mas, não perdem o lúdico de Mia Couto, nem a combatividade de Paula Chizane e Craveirinha.
Timane, com seus traços ambíguos, interpenetrados, parece querer confirmar, em suas telas, a receptividade da alma africana a todos os que dela se aproximam. Mas, não perde a referência que, em contrapartida, a alma africana também não abandona quem por perto dela passa, posto que se torna amalgamada à essência destes aproximados, por incautos ou não.
É entre seus traços sinuosos, cores fortes que contrastam com amarelos desmaiados, sombras desenhadas de figuras que se perdem no fundo das telas como se perdidas no fundo do mundo, que se apresentam as inesperadas expressões de espanto e medo, mas de espanto em êxtase.
Assim como Picasso, Timane – ou será Picasso, como Timane? – distorce e reconstrói, expressa e esconde, ambiguamente, como o faz a alma humana. 
Também aqui, a expressão nem sempre expõe o sentimento. Mas, externamente, é com muita força que o sugere, expõe, representa.
Timane e Morgado. As cores e as letras. 
Morgado e Timane: a poesia, enquadrada na força das cores.
Das cores da poesia desenhada.